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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

 De Corpo te presenteio

Faço vinte anos, dez mais dez, andei depressa demais, enveredei pelo mau caminho, erro fatal. Deveria ter sido burguês dedicado à educação de uma prole tão sadia quanto à de meu pai, que ativesse dirigido. Teria brilhado em intermináveis jantares nos quais me teriam olhado de lado; teria desfrutado o encanto dos trabalhos caseiros no dia de folga; teria requentado, somente nesses dias, a sopa de legumes da horta, que dá ás crianças bem-criadas faces coradas. Teria respondido ás saudações dos vizinhos. Teria morado numa cidade próximo ao campo, de alamedas sombreadas, altiva, cautelosa e fria em que convivências e boas maneiras se conjugam ainda no futuro do pretérito. Teria conhecido a embriagante aventura da viagem, a Paris anualmente, onde me teria esperado o amante desprezível que saberia humilhar com um prazer fulminante meu corpo hipócrita. Eu deveria. Eu deveria.
Em vez de tudo isto, me fizeram comum não tenho tudo a meu favor: o encanto, o andar, a postura , o olhar e o rosto, o que deixam muitos apaixonados , tímidos galantes, brutais, loucos ameaçadores, embaraçados. Mas fui feito comum, não feio talvez, mas pelo menos não belo dessa insignificância que caracteriza os maridos submissos e os solteirões rabugentos. Até onde me lembro logo que me iniciava ao um ambiente acumulavam-me de adjetivos que não querem dizer nada. Fui à ordem de entrada da cena maroto, travesso, precoce, perverso. Depois, disseram que “eu prometo” e que “eu não tinha medo de nada”. Tornei-me a alguns alheios “excitante”, “encantador”, “uma uva” “provocante”, patético não acha? Mas tudo isto me fez recentemente, elevarem-me ao um estado incomum a mim, ao seja, ao nível dos exibicionistas”. Muito cedo compreendi que bastava um gesto ou um olhar para perturbar os adultos que me impressionavam e tornálos  vulneráveis a mim. Aprendi a rir com a garganta a olhar por baixo das pálpebras , a suspirar ternamente. Durante horas, no silêncio róseo do meu quarto, eu ensaiava minhas farçanhas, aprendi a virar bem devagar a cabeça, a deixar flutuar meu olhar sonhador de espelhos manchados, sabiamente disposto, eles refletiam ao infinito, onde fazia  transparecer a minha face um ser quase que angelical.Exercitei-me em estremecer , ofegar colocar levemente a mão sobre meu sexo, fazer tremer os dedos, franzir delicadamente as sobrancelhas e afogar de melancolia  com o breu suave do meus olhos. Eu estudava meus triunfos e saboreava minhas vitórias. Eu acentuava impiedosamente com perturbação fixando com candura o rosto atormentado de minha vítima. Nunca tolerei os mais novos que eu,  e um deles  apaixonados é para mim um contra-senso biológico! Com o tempo Tornei-me ir-re-sis-tí-vel, todos caíram aos meus pés pluf! Coquete e caprichoso , egoísta e indiferente único e despresível, perverso e leviano , mentiroso e infantil,deixo todos na mão.Sujeira vocês disseram ? Pior que isto.Só me faz sentir a pior das vergonhas: a vergonha retrospectiva a vergonha oculta . Que entre muitas você acaba lembrando sempre que lhe ocorre o devaneio de memória. Mas entre esse apogeu castrador e o abismo lúgubre em que me arrasto hoje, gemendo, aconteceu alguma coisa que não podia guardar só parar mim. Dei muitas explicações aos amigos aos, falsos amigos, aos idiotas  olheios à qualquer desgraça, sem  nem mesmo abrir a boca . Só para não  manter-me  em silêncio  para que eu me perca nas bocas e não nos pensamentos, para que encontre  um ponto nem que seja este um orgasmo. Mas nada disto serviu, só me transformou no que sou hoje, um podre solteirão vazio e enrugado e soluçante. Eu fracasso e confesso. Em breves momentos de volúpia, senti-me seguro num ambiente um tanto veemente. Detono que não amara o meu ser, mas sim o corpo que suporto.

E.H


Não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010



                                Focos

Alguém em disse uma vez que a religião era vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos sábios com falsa e pelos governantes como útil. A Única coisa em que eu acredito é em meu nome e na minha vida que tenho, e hoje vou deixar que ela se tome daqui.
Ela vai gritar mais uma vez, e tentar convencer-me de que tudo que ela sabe é bom para mim. Ela vai falar com ira e pavor que da próxima vez que eu sair do hospital, após outra fracassa tentativa de suicídio, e me batizar de diversos palavrões que soam com tal força chega ser maior que um soco, e completar seu discurso de “merda” dizendo que vai me arrastar para casa e jogar minhas porcarias, fora em um saco de lixo e me fará mudar para uma cidade nojenta. Onde na primeira oportunidade ira me interna em clinica psiquiátrica. Qualquer desculpa para me manter afastado de minhas escolhas, errantes e incestas, aos seus olhos e aos de Deus, e depois vai lamentar sua vida medíocre e lamentar os problemas do seu filho psicótico  que desperdiça sua vida com besteiras não vai parar de falar, para eu fazer amigos normais, encontra uma namorada e tomar os malditos remédios.
 Sem fé não como ser controlado e eu, odiava ser controlado era o único incrédulo, diante os olhos dos outros. Qualquer lugar pode parecer uma prisão quando não se tem fé incluindo sua mente. A única coisa que me faz passar por noites quase intermináveis é planejar e, sobretudo manter-me focado manter-me são, e na certeza de que o dia seguinte virá. O Meu nome não tem importância e não sou um mentiroso saibam disto afogando-me na depressão de um lago sem fundo, da minha mente sem pai. Uma mente que perdeu o coração esquecendo aos poucos o significado do amor.  Então cheguem, mas perto e vejam o garoto bobo e “bonitinho”, queiram mergulhar, na profundeza dos seus olhos. Beijar seus lábios vermelhos como sangue e por fim não entende-lo simples e descartável. O Suicídio (Serviço de Emergência. De que precisa? Ambulância Rua Bahia, 97 casa três. Certo. Qual é o problema? Tentativa de suicídio, rápido. Vamos querido acorde. Quem é ele? Qual seu tipo de sangue? Sangue tipo O. Ei acorde! Acorde querido ei? Ei pode me ouvir? Vamos levá-lo depressa. Avise que tivemos uma overdose! 1 2 3... 1 2 3... Acorde, Acorde. Garoto jovem, 18 anos encontrado inconsciente na cama. Deixou um bilhete de suicídio com informações detalhadas. Sinais vitais bons agora. Vai ficar tudo bem! Certo? Vai ficar, está me ouvindo?). Imaginem que é assim que termina? Não, você não me perguntou, mais eu te respondo, eu não sei. Mesmo que eu pudesse não esqueceria, as cicatrizes elas me mostram quanto longe eu cheguei, é fácil para quem não me conhece, o julgamento vem à primeira vista. Paro os que me conhecem, não há tempo para explicações a dar, para os que têm um raciocínio um tanto lento não se esforce em me entender, já lhe custam muito fitar- me longe. Não acreditem em tudo que seus olhos vêm não se acostumem com a mesma paisagem, pois um dia tudo muda de um jeito ou de outro mesmo contra sua vontade. Para aqueles que têm a mim uma compaixão e amor levem-me, como um sonho, mas aviso logo é que, pode ser muito ruim conversar com os mortos nos sonhos.
 Sou garoto vazio sofrendo a perda dos seus familiares, uma marinete partida. Uma parte de mim se foi quando eles partiram (vovó e papai). Alguém me disse que não vale apena tudo isto, que é sobre as pessoas que ainda não conhecemos. É como as pessoas das minhas histórias não tenho certeza de gostar de como soam, mas elas estão lá. A verdade é que estou assustado que possam ser como eu.
 Mas se um Deus deseja impedir um mal, mas não é capaz então não é onipotente. Se for capaz, mas não deseja então deve ser malévolo. Se não é capaz, nem deseja então por que clamá-lo de Deus? Por quais outros motivos acontecem coisas ruins a pessoas. Não entendam mal. Isso não é apenas destino.  Pois cada alma desta população iludida, está ligado ao relógio Cármino (Deus), onde suas próprias escolhas sejam elas boas ou ruins, se falham sempre vêem o desgaste, e os estragos por debaixo da superfície. Os seus dentes que rangem na engrenagem. O dano que se causa, a tantos em sua jornada egoísta em direção à apenas suas conseqüências favoráveis, deixando de encontra um propósito dentro de si. Após tudo isto acordar e se perceber vivo custa muito.          

Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.
José Saramago